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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Latitude, longitude e atitude


Três eixos de localização.
A partir de um ponto espacial, a atitude move em direção à profundidade.  Mudar de atitude pode não alterar sua latitude e longitude, mas é a dimensão em que você tem poder para atuar e mudar a sua localização no espaço.
Latitude e longitude podem não ser determinadas por você, mas a atitude é.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Confiança

A aranha pode con-fiar
Porque constrói o fino fio da teia com a auto-confiança
De quem tem para pagar fiança
Pode dar o salto
Do alto, pros seus braços
Mesmo se você não estiver lá
Haverá um fio
De Esperança

Mônica - algum dia de 1996

sábado, 21 de julho de 2012

Nesse blog bissexto, escrevo pouco.  Só quando tenho algo a dizer.  Ou só quando sei o que dizer.  Exceção hoje, só para confirmar a regra: hoje tenho algo a dizer, mas não sei o quê.
A vida não anda fácil, e o meu caminhar a acompanha.  Meu caminho é ainda duro, por um chão não tão firme, frequentemente lodaçal.  É também um pouco solitário, por isso o chamo de meu.  Encontro outros, nadando felizes nos lodaçais que evito.  Tribos inteiras veneram o chão que afunda, que se nega, que não está.  Eu desvio sempre que posso.  Gosto do chão que se oferece firme! Ando por onde me confirme.  Isto também é liberdade.

sábado, 3 de março de 2012

House - O diagnóstico excruciante do cotidiano

Aluguei a temporada 6 de House.  Passei a semana na maratona.  É diversão e é aflitivo.  O nome House, já é por si revelador de uma história interna, de uma perspectiva doméstica e não demesticada da vida.  Poderia ser um romance psicológico.  Eu frequentemente tenho vontade de escrever um que se chama condomínio, contando essa perspectiva do mundo através dos seres que me habitam.
O que mais me atrai é o modo como tudo é exposto.  O tempo todo, se mostra nos diálogos o que o outro oculta.  Para fazer isso, é necessário mostrar-se também, pois a percepção do que o outro oculta só é possível porque faz parte do próprio repertório de ocultamento que o Eu utiliza.  Somos todos humanos.  Todos infelizes, mentirosos, o pior de nós, sempre.  Quando isso é revelado, exposto, arregaçado, só sobra a humanidade, a graça, a leveza.
É assim que eu vejo a vida.  Uma busca por um diagnóstico que sintetize todos os sintomas mais exdrúxulos que manifestamos diariamente.  O que quer dizer a maioria destas palavras que saem pululando inadivertidas das bocas das pessoas ao nosso redor?  O que quer dizer cada atitude, cada gesto cotidiano que nos afeta amiúde?
Vivemos de diagnosticar o real e o imaginário.  De tentar buscar sentido no conjunto de dados que recebemos e processamos com nosso reportório interno de preconceitos, medos, desejos e a melhor das boa-vontades.
Na maior parte das vezes, somos cruéis conosco e com os outros, porque não nos toleramos ingênuos e nunca abrimos mão da nossa inteligência.  Destruímos tudo, reduzimos tudo aos vícios e más intenções.  Não nos salvamos e não salvamos ninguém.  Nenhuma ingenuidade é permitida, nenhuma pureza.
Ao final, no entanto, só resta de nós a humanidade.  O diagnóstico final vem, quase sem explicar ou dar sentido.  Nada alivia, mas ganhamos fôlego para o próximo exercício.
Quando nada mais há para perder ou destruir, podemos ser só estes solitários e desejosos seres que sempre podem melhorar.